10 Curiosidades sobre a cremação que você precisa saber.
Atualmente, o ritual fúnebre mais comum no Brasil é o sepultamento por isso selecionamos para você as principais curiosidades sobre a cremação. O costume de enterrar os mortos está em nossa cultura há muitos anos, inclusive, isso já era algo praticado pelos povos indígenas, primeiros habitantes do nosso país.
No entanto, nem sempre foi assim. Há relatos milenares de que os povos antigos tinham por hábito cremar os seus mortos, fazendo da cremação o ritual fúnebre mais antigo no mundo.
A cremação tem sido cada vez mais procurada em nosso país e no mundo inteiro. Em 2020, mais de 12 mil corpos foram cremados apenas na cidade de São Paulo, o que corresponde a aproximadamente 1000 cremações por mês.
Diferentemente do Brasil, países como Japão, Inglaterra e Hong Kong, já tem a cremação como o principal processo fúnebre. Isso se dá em grande parte devido a pouca extensão de terra destes lugares e à religião predominante.
Há inúmeros benefícios em se optar pela cremação. Abaixo, falaremos sobre as 1o curiosidades sobre a cremação, trazendo informações importantes e 10 curiosidades sobre este processo, de modo a desmistificar o que muita gente pensa sobre ele.
01 – É o ritual fúnebre mais antigo do mundo

Antigamente, e aqui estamos falando de milhares de anos atrás, a forma mais comum de ritual fúnebre era a cremação.
Contrariando o que muitos pensam, há indícios de processos crematórios desde o início da idade da pedra. Inclusive, já foram encontradas cinzas humanas que datam de aproximadamente 60 mil anos.
Fatos históricos ainda comprovam que as civilizações mais organizadas, como os gregos, já utilizavam a cremação por volta do ano 1000 a.C. Caso você já tenha assistido ao filme Tróia deve se lembrar que os corpos de todos os guerreiros eram cremados ao final das batalhas.
Os romanos também aderiram à técnica de cremação em meados de 750 a.C. Para as civilizações antigas, havia uma grande preocupação com o que aconteceria com o corpo após a morte. Isso porque se acreditava que, dependendo da forma como o corpo ficasse, isso influenciaria a vida da pessoa “no outro mundo”.
Sendo assim, o processo de putrefação não era entendido como algo natural.
Dessa forma, vários rituais começaram a ser realizados, como as mumificações, no Egito Antigo, que visava, entre outras coisas, retardar a decomposição dos corpos dos Faraós.
Com o tempo, passou-se a acreditar que o destino mais nobre que poderia ser dado aos mortos era a cremação. Isso porque ao fazer o corpo virar cinzas, não se iniciaria o processo de putrefação.
Apesar dessa crença, apenas pessoas notórias e da realeza poderiam ter os corpos cremados. Diferente do que acontece hoje, o sepultamento na terra era destinado exclusivamente às pessoas muito pobres, aos criminosos e suicidas.
Como podemos ver, a cremação é um ritual muito antigo! Mas, apesar disso, no Brasil o primeiro registro que se tem de uma cremação ocorreu em 1974, na cidade de São Paulo.
Isso significa que temos acesso a essa prática milenar a menos de 40 anos.
02 – A cremação é o processo mais prático e higiênico

A cremação é um processo muito mais prático e higiênico que os demais.
Em primeiro lugar, o processo crematório evita a proliferação de diversas doenças. Tal cuidado é extremamente importante, sobretudo numa situação como a que estamos vivenciando, decorrente da pandemia do novo Coronavírus.
Inclusive a AGEVISA – Agência Estadual de Vigilância Sanitária – do estado da Paraíba recomendou a cremação dos corpos para os casos de morte por coronavírus. Esta seria uma alternativa aos sepultamentos sem velório.
Outro ponto a ser considerado é que, quando alguém é sepultado, ainda é necessário que seus familiares vivenciem o doloroso processo de exumação, quando se deve retirar os restos mortais da sepultura e levá-los para outro lugar.
03 – A cremação é feita de modo individual

Muitas pessoas se perguntam se, com o processo de cremação, poderão ter a certeza de que as cinzas que receberam são, de fato, de seu ente falecido.
A resposta a essa dúvida é “sim”.
O processo de cremação é totalmente seguro e feito de maneira individual. Inclusive, é crime cremar dois ou mais corpos de uma mesma vez. Assim, é possível ter plena certeza de que na urna estão as cinzas da pessoa que você conhece.
Do mesmo modo, o processo é extremamente cuidadoso e higiênico, de modo que as cinzas de uma pessoa não sejam misturadas às de outra.
04 – A cremação não é aceita em todas as religiões

Apesar de ter se tornado cada vez mais popular, a cremação não é aceita por algumas pessoas devido a seus valores religiosos.
Para entendermos o porquê desta proibição, é importante compreendermos como se dão os rituais fúnebres nas diferentes religiões.
Destacamos que nosso objetivo não é desmerecer ou criticar tais condutas. Gostaríamos de trazer esta informação apenas a título de curiosidade.
Uma dúvida que sempre surge é com relação ao catolicismo. E sim, a religião católica permite que seus fiéis sejam cremados. No entanto, há uma proibição do Vaticano de que as cinzas sejam mantidas em casa.
As Igrejas Cristãs Protestantes também têm uma visão parecida a respeito da cremação.
Da mesma forma, o Espiritismo permite que os corpos sejam cremados, exigindo apenas que os ritos funerais sejam feitos com todo o respeito necessário.
Já o Judaísmo proíbe a cremação. Isso porque há uma indicação explícita na Lei Judaica (Halachá) de que os corpos devem ser enterrados. Além disso, a partir de seu entendimento sobre a Torá e a dignidade do corpo, o processo de cremação não deve ser realizado.
Outra religião que proíbe a cremação devido ao entendimento de seu livro sagrado é o Islamismo, sendo assim, todo muçulmano deve ser enterrado. Inclusive, a cremação para eles é proibida por lei.
O Candomblé também não permite a cremação. Segundo os costumes da religião, o corpo precisa ser sepultado na terra, de modo que o espírito siga o seu caminho e feche o ciclo da vida de forma correta.
05 – Existem casos em que a cremação é proibida judicialmente

Antes de falarmos sobre as proibições legais, é importante entendermos o que a Legislação diz sobre o processo de cremação.
De acordo com a Lei 6.015/73 a cremação só é autorizada nos seguintes casos:
– Quando a pessoa tiver manifestado em vida o desejo de ser cremada.
– Quando houver interesse de saúde pública. Um exemplo é quando a morte é causada por uma doença altamente contagiosa e o seu enterro pode causar a contaminação de outras pessoas.
Em ambos os casos, é imprescindível que o atestado de óbito seja assinado por 2 (dois) médicos ou por 1 (um) legista.
Uma das principais proibições da Lei para que um cadáver seja cremado é quando ocorre uma morte violenta.
Neste caso, o processo de cremação só é permitido mediante a autorização da autoridade jurídica responsável pela investigação. Isso se dá para que o processo investigatório não seja prejudicado.
Todas as situações indicadas acima são determinações Federais. Cada estado possui uma regra específica a respeito do processo de cremação, determinadas por Decretos.
Em Minas Gerais, por exemplo, estas especificações legais são regulamentadas pela Lei Estadual 18.795/10.
Este decreto acrescenta o interesse da família como condição para autorizar a cremação, desde que esta vontade seja manifestada pelo cônjuge, descendentes, ascendentes ou irmãos da pessoa falecida.
Nenhuma outra pessoa é autorizada pela Lei para decidir sobre a cremação de alguém, o que consiste numa outra proibição para que o processo crematório aconteça.
Recentemente, foi publicada uma Portaria que determina a proibição da cremação de corpos não identificados durante o período emergencial da Pandemia de Coronavírus.
Esta é uma resolução importante, pois permitirá que os corpos sejam exumados para posteriormente serem identificados, uma vez que a cremação resulta na perda permanente do DNA.
06 – A cremação é mais econômica

Ao contrário do que muitos pensam, a cremação é mais econômica que os sepultamentos.
No Brasil, o preço médio de um sepultamento pode variar entre R$2.500 e R$ 6.000. Claro que o valor total irá depender de diversos fatores, como local onde o corpo será velado, translado, caixão, entre outros.
Temos em nosso blog um artigo que descreve detalhadamente todos os custos de um funeral e traz, inclusive, dicas de como evitar gastar um valor exorbitante neste momento tão delicado na vida de qualquer família. Você pode conferir para mais informações.
Ainda falando sobre a realidade do Brasil, o custo da cremação pode variar entre R$ 1.000 e R$ 6.500, considerando apenas o processo de cremação.
Num primeiro momento, podemos pensar que os valores são muito parecidos, no entanto, em longo prazo, a cremação se mostrará uma opção muito mais vantajosa financeiramente. Isso acontece porque, nos processos comuns de sepultamento, há diversos custos adicionais à compra do jazigo.
Quando um corpo é enterrado, é necessário que a família arque com todas as taxas de manutenção para que o corpo seja mantido nas dependências do cemitério.
Tais custos não acontecem quando o corpo é cremado. Eles só serão necessários caso a urna com as cinzas fique no próprio cemitério.
Você também pode conferir a diferença entre o processo de cremação e sepultamento neste outro artigo em nosso site. Ele com certeza te ajudará a escolher a melhor opção, considerando os benefícios e valores de cada um.
07 – Após a cremação os restos mortais são triturados

Esta pode parecer uma afirmação estranha, mas para compreendê-la é necessário que entendamos como funciona todo o processo de cremação.
É bastante comum que antes da cremação, a família realize uma pequena cerimônia de despedida. Este é um momento muito bonito, onde são mostradas fotos da vida da pessoa que faleceu e são prestadas algumas homenagens.
Em seguida, o corpo é direcionado para uma sala refrigerada, onde permanece por no mínimo 24 horas.
Após esta etapa, o caixão é levado para a incineração, sem as alças e os vidros. Este processo dura em média 15 minutos e o corpo é exposto a temperaturas muito altas, que podem chegar a 1200 °C.
Este calor intenso faz com que o corpo passe do estado sólido para o gasoso, transformando-se em seguida, nas cinzas. Neste momento, tudo é consumido: corpo, roupas e caixão.
Após este período, é comum que ainda fiquem alguns fragmentos de ossos que não são consumidos pelas chamas. Normalmente o crânio mantém a sua forma mesmo após a incineração.
Quando isso acontece, estes restos mortais são quebrados manualmente e, sem seguida, triturados através de um processo chamado de moagem, formando as cinzas.
08 – O processo de cremação começa com o resfriamento do corpo

Como vimos acima, o processo de cremação se inicia com o resfriamento do corpo. E por que esta etapa é necessária? Isso ocorre, pois o corpo só pode ser liberado para cremação 24 horas após a emissão do atestado de óbito e pode permanecer em câmara fria por até 30 dias.
Esta etapa é importante, pois neste período podem ocorrer contestações jurídicas, principalmente no que se refere à autorização do processo crematório. Além disso, caso seja verificado algum erro médico, a verificação do cadáver só é possível antes da cremação.
Isso significa que, nem sempre após o encerramento da cerimônia de despedida o corpo será imediatamente cremado.
09 – A cremação não prejudica o meio ambiente

A cremação é o processo fúnebre que menos agride ao meio ambiente, o que o torna mais prático, higiênico e sustentável. Através dela, são liberadas apenas água e gás carbônico na atmosfera.
Diferentemente dos sepultamentos, a cremação não resulta em matéria orgânica a ser decomposta pela natureza.
Sabemos que este é um assunto delicado, no entanto, todos os corpos após serem enterrados iniciam um processo de decomposição que pode durar até dois anos.
E um detalhe: caso a pessoa tomasse antibióticos, este processo pode ser ainda mais demorado.
Além disso, os sepultamentos ainda geram lixo, uma vez que nem sempre as roupas com as quais as pessoas foram enterradas se decompõem. O mesmo se pode dizer dos caixões de madeira.
No processo crematório quase não há resíduos, uma vez que tanto o caixão quanto as roupas são consumidas.
10 – Alguns objetos não podem ser cremados junto com o ente querido

Antes de todo o processo de cremação ser iniciado, o corpo passa por uma preparação. Neste momento, todos os objetivos metálicos são retirados do corpo, como placas de metal ou pinos, uma vez que estes materiais não são inflamáveis.
Um ponto muito importante de ser destacado é o caso de pessoas que tenham marcapasso. Sob nenhuma hipótese um corpo pode ser cremado com este equipamento, uma vez que ele pode explodir na alta temperatura da câmara de incineração.
Conclusão
A morte é uma experiência muito difícil e até traumática, mas apesar disso, é uma certeza que todos nós temos.
É muito doloroso perder um ente querido. O processo de aceitação da separação é demorado e o luto é necessário para que possamos voltar à vida normal e reaprendermos a viver sem aquela pessoa amada.
Diante da morte, é comum na maioria das culturas e religiões que se façam rituais em homenagem àquele ente querido.
No Brasil, a forma mais comum de ritual fúnebre é o enterro, mas como vimos, a cremação tem sido cada vez mais aceita pelas pessoas.
Nosso país é predominantemente cristão e, a aceitação da cremação por parte do cristianismo, certamente contribuiu para a elevação da procura por este ritual.
Com o aumento da demanda por cremações, é comum que surjam muitas dúvidas e até alguns mitos e medos.
Mas, como vimos, a cremação é um processo muito simples e rápido e, além de ser o ritual fúnebre mais antigo do mundo, ainda é mais economia e muito mais sustentável.
Reforçando a sua contribuição para o meio ambiente, percebemos que, num mundo em que a preocupação com o meio ambiente é cada vez maior, a cremação se torna uma alternativa para a preservação do nosso planeta.
Este é um ponto muito positivo, sobretudo para as pessoas que elegeram a sustentabilidade como um padrão em vida.
Além disso, quando olhamos numa perspectiva de longo prazo, perceberemos que optar pela cremação resultará em custos muito menores, sobretudo no que envolve a manutenção, já que as cinzas não precisam obrigatoriamente ficar no cemitério.
Este é um grande diferencial quando falamos sobre os sepultamentos, já que obrigatoriamente, os corpos precisam ser enterrados num cemitério.
De modo bem diferente, a urna com as cinzas pode ser deixada em qualquer lugar, mesmo em casa. Ainda é muito comum que as pessoas misturem as cinzas com algumas sementes, transformando-as em árvores, perpetuando assim a lembrança da pessoa amada.
Ou seja, há inúmeras opções do que se pode fazer com as cinzas, diferentemente de quando o corpo está em um cemitério.
Apesar de tudo isso, os custos com funerais, independentemente se o corpo for sepultado ou cremado, são muito altos. Nem todas as famílias dispõem de uma reserva de emergência suficiente para arcar com todos estes custos, o que torna o momento da morte muito mais difícil.
Diante disso, se torna altamente necessário contar com todo o apoio de uma assistência funerária e escolher, antecipadamente, um plano funeral para propiciar mais tranquilidade em uma das horas mais dolorosas da vida.