Cremação: Origem e curiosidades. Veja aqui!
Embora estejamos acostumados com o ato de enterrar nossos mortos, outra técnica milenar se mostra muito mais vantajosa do ponto de vista da sustentabilidade: a cremação, isto é, a redução do cadáver a pó por meio da queima. Não é à toa que a prática tem ganhado cada vez mais popularidade em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Para se ter uma ideia, o número de cremações realizadas no famoso Crematório Municipal da Vila Alpina, localizado na cidade de São Paulo, dobrou em apenas uma década. De acordo com uma pesquisa interna do crematório – o primeiro da América Latina, inaugurado em 1974 –, foram feitos cerca de 10 mil procedimentos no último ano, o que representa uma média mensal de 900 cremações.
Outro dado que mostra a crescente popularidade da cremação no Brasil vem do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep). Segundo estimativas da associação, mais ou menos 9% dos falecidos em todo o país passam pelo processo de cremação.
Além de diminuir os impactos ambientais, a cremação também se mostra uma opção mais econômica do que o em covas na maioria das vezes. Entretanto, mesmo diante das vantagens que a prática oferece, ainda há muito preconceito, desinformação e até medo a respeito do rito de cremar os corpos, especialmente por parte de algumas religiões.
Para esclarecer as diversas dúvidas que existem ao redor do tema, reunimos neste artigo as principais curiosidades sobre o processo de cremação. Ficou interessado? Continue lendo e descubra como funciona a prática, um pouco da sua história, o custo para realizá-la e outras informações interessantes acerca da cremação. Acompanhe a seguir.
Como a prática da cremação surgiu?

Atualmente, sabe-se que cremar os corpos dos entes falecidos é uma prática milenar. Dois eventos conhecidos são tidos como os mais antigos realizados pelo homem, ambos próximos ao lago Mungo, em Nova Gales do Sul, Austrália: o de uma mulher jovem há cerca de 25 mil anos e o de um homem, datado de 60 mil anos.
Isso mostra que o processo de queimar os cadáveres, ao contrário do que muitos imaginam, é um dos mais antigos praticados pelo ser humano. Mais do que isso, hoje sabemos que a cremação era um verdadeiro costume em algumas sociedades por razões bastante simples: além de prática, é uma atitude mais higiênica do que enterrar os mortos e, em alguns países, era uma alternativa para contornar a falta de espaço para as covas.
Já para os gregos e romanos, a cremação era considerada o destino ideal que deveria ser dado aos nobres. Para os povos orientais, por sua vez, o fogo tinha o poder de purificar os defeitos do morto e libertar a sua alma. Em alguns países, a prática é obrigatória para pessoas que morreram por doenças contagiosas, uma forma de controle sanitário que também preserva o solo.
O que é necessário para cremar um corpo?

Para que o processo de cremação possa ser realizado, é fundamental que a pessoa, ainda em vida, registre a sua vontade em um cartório. Nesse caso, ela deve preencher um documento chamado de “Declaração de Vontade” e, se possível, distribuir algumas cópias entre os familiares e amigos mais próximos.
Entretanto, ao contrário do que ocorria há alguns anos, a cremação pode ser feita mesmo se não existir o documento citado acima. Desse modo, a fim de se evitar processos burocráticos em um momento já tão delicado, um familiar pode dar uma autorização verbal para que o corpo seja cremado.
Neste caso, além de estar diante de duas testemunhas, o parente deve ser de primeiro grau, ou seja, cônjuge, ascendente, descendente ou irmão maior de 18 anos, seguindo-se esta ordem sucessória. É importante que a pessoa que deseja ser cremada se informe sobre a opinião dos familiares, pois caso eles não concordem com a cremação, a única opção é registrar a “Declaração de Vontade” citada.
Além disso, o processo de cremação exige a assinatura de dois médicos atestando o óbito, com ou sem a declaração de vontade do falecido. Em casos de mortes violentas, é necessário uma autorização judicial para dar prosseguimento à cremação.
Como funciona a Cremação?

Você já parou para pensar sobre como funciona o processo de cremação, desde a chegada no crematório até a saída do corpo em forma de cinzas? Se a sua resposta é não, chegou a hora de entender de uma vez por todas como o procedimento é realizado e o que acontece com o corpo quando ele é cremado.
Antes de o corpo ser levado ao forno para a incineração, é comum que a família realize uma curta cerimônia de despedida e homenagens ao falecido, que normalmente dura de 10 a 15 minutos. Assim que a reunião termina, dá-se início ao processo de cremação propriamente dito.
Primeiro, o corpo deve ser mantido em uma sala refrigerada – câmara fria – por pelo menos 24 horas, período em que familiares ou policiais podem requisitar o cadáver caso a morte tenha sido violenta. Passado um dia, tanto o corpo quanto o caixão, sem alças e vidros, são colocados em um forno próprio para cremação e submetidos a uma temperatura altíssima que pode chegar a 1200 °C.
Nesse momento, o calor intenso faz as células do corpo mudarem para o estado gasoso, além de consumir completamente o caixão e as roupas. As cinzas são espalhadas a cada meia hora com uma pá gigante, e apenas algumas partículas inorgânicas, como os minerais dos ossos, são capazes de resistir à alta temperatura.
Depois de retiradas do forno, estas partículas são resfriadas por cerca de 40 minutos e peneiradas a fim de separar restos de flores e madeira. Em seguida, são levadas a um moinho que funciona como um liquidificador, com bolas de metal chacoalhando para todos os lados. O processo dura uns 25 minutos e resulta nas cinzas do falecido, que são depositadas em uma urna para ser entregue aos familiares.
Vale lembrar que todo o processo é individual, o que significa que o corpo não entra em contato com restos mortais de outros cadáveres. Além do mais, a cremação tem a capacidade de reduzir o peso normal de uma pessoa – cerca de 70 quilos – a menos de um quilo de cinzas.
Quanto tempo leva para cremar um corpo humano?

Em média, a cremação de um corpo humano leva de duas a três horas. Contudo, este tempo pode variar de acordo com o peso do cadáver e também do caixão no qual ele é inserido no forno de incineração.
Sendo assim, um corpo mais pesado pode demorar mais do que as duas horas previstas para a cremação. Além disso, caixões de 250 quilos ou mais podem levar o dobro do tempo para serem totalmente consumidos pelo fogo.
Quanto custa a Cremação?

Outra dúvida que muitas pessoas têm quanto o assunto é cremação tem a ver com o valor que deve ser desembolsado para realizar o processo.
No Brasil, os custos com este procedimento podem ser bastante variáveis e ficar entre R$ 2.500 mil e R$ 10 mil dependendo do modelo do caixão, das flores, do serviço funerário, do local em que será realizado o velório, se será necessário traslado do corpo etc.
O que fazer com as cinzas da cremação?

As cinzas resultantes do processo de cremação podem ter diversos fins. Mas é comum que os parentes se questionem sobre o que deve ser feito com aquilo que sobrou do ente querido.
Em geral, o destino do pó que antes representava um corpo humano é escolhido pelos familiares do falecido. Alguns optam por espalhar as cinzas em um jardim, jogá-las ao mar, guardar em uma urna na sala de casa, enfim, fica a critério dos parentes e normalmente tem um significado especial.
Uma alternativa que tem feito sucesso entre os adeptos da cremação é o conceito de bio-urna, que nada mais é do que a possibilidade de transformar o falecido em uma árvore. É composta de uma cápsula adaptada na parte superior para que a semente possa germinar e de um depósito de cinzas localizada na parte inferior. O mais curioso é que você pode escolher a espécie da árvore.
Entretanto, pode acontecer também de os próprios crematórios decidirem o fim que será dado às cinzas. Isso ocorre principalmente com aquelas que não são retiradas pelos familiares e que acabam sendo espalhadas nos jardins ao redor do local.
Outra opção que tem ganhado popularidade ao redor do mundo é o columbário, uma sala localizada no cemitério ou no próprio crematório onde fica disposta uma série de urnas contendo as cinzas de pessoas falecidas que foram cremadas. Funciona como uma espécie de túmulo, no qual os parentes podem visitar e depositar objetos, criando um verdadeiro cantinho de memória e saudade.
O que é mais barato: enterrar ou cremar?

Afinal de contas, o que é mais barato: enterrar o falecido em uma cova no cemitério ou cremar o seu corpo e transformá-lo em cinzas? Esta é outra dúvida bastante comum entre os familiares no momento em que um ente querido morre.
A resposta é simples: a cremação é mais econômica quando comparada ao enterro tradicional com o qual estamos acostumados. Isso porque, no caso da cremação, os familiares não precisam arcar com alguns custos comuns ao enterro, como sepultura, manutenção constante do jazigo, reforma e ornamentação do túmulo, embora ainda tenham que pagar o velório normalmente.
Além disso, passados de três a cinco anos do sepultamento, a família deve realizar a cremação da ossada, o que não é necessário se o falecido já tiver sido cremado. Segundo a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), um enterro no Brasil custa em média R$ 2,5 mil, somando-se todos os custos citados.
No Crematório da Vila Alpina, por exemplo, o preço de uma cremação pode variar de R$ 115 a R$ 2.100. Se a família optar pelo pacote mais barato, com um caixão mais simples, os custos são realmente mais baixos em comparação ao enterro tradicional. Portanto, optar pela cremação pode ser uma alternativa mais econômica na hora de se despedir de um ente querido.
Há alguma restrição à cremação?
Não existem restrições para o processo de cremação. Isso significa que qualquer pessoa pode ser cremada após o falecimento se assim o desejar, desde que, como já mencionamos, ela registre esta vontade ainda em vida ou um parente de primeiro grau autorize o procedimento.
No entanto, como também já foi dito, em casos de morte violenta a cremação só pode ser realizada com uma autorização judicial.
Conclusão
A prática da cremação é realizada de diferentes maneiras ao redor do mundo. Seja como for, cada vez mais as pessoas compreendem que se trata de uma atitude sustentável e, mais do que isso, de uma solução para problemas como falta de espaço em cemitérios e preços elevados para enterrar os corpos em covas.
Aliás, são muitas as vantagens associadas ao processo de cremação, como o fato de ser uma prática moderna, que usa equipamentos de alta tecnologia, segura, econômica, higiênica e ecológica. Também não emite nenhum tipo de gás poluente e não chega aos lençóis freáticos, como ocorre com os enterros tradicionais.
Por esses e outros motivos, a sociedade certamente vem mudando a sua percepção acerca da cremação, embora tenhamos que admitir que a prática ainda seja vista com maus olhos por determinadas religiões e culturas.
Acima de todo o luto que a família está sentindo no momento da perda de um ente querido, é preciso que ela avalie o melhor destino para o corpo do parente falecido.
De qualquer forma, é importante que as pessoas que desejam ser cremadas após o falecimento deixem esta vontade registrada e escolham um bom crematório para realizar o serviço, baseado em alguns aspectos fundamentais para selecionar o local adequado.
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